8 de março de 2016
A mulher de que sou feita
A mulher que de mil longes
me alforria
chama-me para o exemplo
de um tempo que se ausenta.
Um campo
repartido de palavras,
com flores carpidas dentro,
a concentra.
A mulher em que me hospedo
aprendeu a domar metade das pedras:
emparedou-as nos preâmbulos
do rio.
Não lembra mais em que rio.
Aprofunda o desafio
de saber o que já não serve
para sorver...
na curva incerta das falanges.
Absolve-se de tudo que ainda range.
Abrange-se nas margens descalças
- tão mais libertas -
do manco dos tamancos.
A mulher em que me estanco
não se isenta daquela que não fui,
mas flui, atenta,
aos trancos...
no tinto vinho dos quarenta.
Experimenta a vida desde a ida
dessas vinhas.
Dessas vindas...e vindas.
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