7 de janeiro de 2016
Mínimos Oratórios d'Água para Guardar Hojes
IV - MADRUGADA
A extensão da luz promete
acervos mais calmos.
Alumbra meus ombros.
Finaliza dezembros cansaços.
Dizem que é vocação
precipitar o sono
por estas pedras na encosta.
Não sei se posso vir
mais,
esse fugir diagnóstico,
sem rotas de
ancoragens.
Os que submergem parecem números:
bumerangues humanos
sem volta.
Escolta de feixes
até a última gaivota
se fechar
nos pequenos olhos,
ainda recentes de viver.
Devotos soltos
- depois de mortos -
na orla.
Corpos à mostra
sem pérolas.
Córneas e pernas devolvidas.
Baixa maré.
Onde sonhos já não se debatem:
flutuam em nova casa
ou esfera.
Quando seremos nosso próximo
lume
onde abraços sejam remos?
Como será a chaga
nos restos das chegadas
nesses terrenos temporários
de estar?
Quando os itinerários
convertidos em sereno
para que nada do que
falte nos falhe?
De que lado nos aguarda
a fonte das advertências
com nossa água rasa,
em cruz lacrada?
Análoga lágrima
depois da ofensa
na madrugada...
resmunga a paz
desabrigada
em pingos
que aspiram
cicatrizes mais sólidas.
Perfaz o furo no peito
das proas.
Medita a mágoa
interditada
na caída da garoa,
essa filha das enchentes,
em crescimento.
Emancipa meus desertos.
Coloca de pé
a fé
desabituada dos relentos.
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