A fala afia a carne.
Avulsa veias de arame
no cerne da poesia.
A língua se desfia no germe
da palavra faca. Falta.
Escava teias de lume
no gume amanhecido
do poema.
O poema atrofia lâminas
no osso mínimo
da alma:
celeuma de sonhos
decompostos.
O verbo dos opostos
desafia a pedra
no alpendre esconso
dos desejos.
Apazigua o nada.